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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Bons Amigos




BONS AMIGOS

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.

Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.

Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.

Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.

Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,

Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Machado de Assis

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O conto



O tamanho não é o que faz mal a este gênero de histórias. É naturalmente a qualidade; mas há sempre uma qualidade nos contos que os torna superiores aos grandes romances, se uns e outros são medíocres: é serem curtos.
Machado de Assis

O conto é um texto narrativo centrado em um relato referente a um fato ou determinado acontecimento. Sendo que este pode ser real, como é o caso de uma notícia jornalística, um evento esportivo, dentre outros. Podendo também ser fictício, ou seja, algo resultante de uma invenção.

No que se refere às origens, o mesmo remonta aos tempos antigos, representado pelas narrativas orais dos antigos povos nas noites de luar, passando pelos gregos e romanos, lendas orientais, parábolas bíblicas, novelas medievais italianas, pelas fábulas francesas de Esopo e La Fontaine, chegando até os livros, como hoje conhecemos.

Em meio a esta trajetória, revestiu-se de inúmeras classificações, resultando nas chamadas antologias, as quais reúnem os contos por nacionalidade: brasileiro, russo, francês e por categorias relacionadas ao gênero, denominando-se em contos maravilhosos, policiais, de amor, ficção científica, fantásticos, de terror, mistério, dentre outras classificações, tais como tradicional, moderno e contemporâneo.

Perfaz-se de todos os elementos que compõem a narrativa, ou seja, tempo, espaço, poucos personagens, foco narrativo de 1ª ou 3ª pessoa, corroborando em uma sequência de fatos que constituem o enredo, também chamado de trama.

E um dos fatores de total relevância, é que o enredo apresenta-se de forma condensada e sintética, centrado em um único conflito. Tal característica tende a criar o que chamamos de unidade de impressão, elemento que norteia toda a narrativa, criando um efeito no próprio leitor, manifestado pela admiração, espanto, medo, desconcerto, surpresa, entre outros.
Fazendo referência a toda estética textual, observaremos alguns fragmentos inerentes a uma das criações de um importante contista de nossa contemporaneidade, Dalton Trevisan:

Apelo
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.

Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.

Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor. 



Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

Machado de Assis - Um exemplo


Machado de Assis tornou-se um dos grandes ícones da literatura nacional.


Joaquim Maria Machado de Assis nasceu dia 21 de junho de 1839, na cidade do Rio de Janeiro. O garoto pobre, filho de um operário mestiço chamado Francisco José de Assis e de Maria Leopoldina Machado de Assis, marcou a história da literatura brasileira. Ao contrário do que se imagina, a trajetória de Machado de Assis não o conduziu naturalmente para o mundo das letras. Ainda na infância o jovem “Machadinho”, como era carinhosamente chamado, perdeu sua mãe.

Durante sua infância e adolescência foi criado por Maria Inês, sua madrasta. A falta de recursos financeiros o obrigou a dividir seu tempo entre os estudos e o trabalho de vendedor de doces. Ainda sobre condições não muito favoráveis, Machado de Assis demonstrava possuir grande facilidade de aprendizado. Segundo alguns relatos – no tempo em que morou em São Cristóvão – aprendeu a falar francês com a dona de uma padaria da região.


Já aos 16 anos conseguiu publicar sua primeira obra literária na revista “Marmota Fluminense”, onde registrou as linhas do poema “Ela”. No ano seguinte, Machado conseguiu um cargo como tipógrafo na Imprensa Nacional e dividiu seu tempo com a criação de novos textos. Durante sua estadia na Imprensa Nacional, o escritor iniciante teve a oportunidade de conhecer Manuel Antônio de Almeida, diretor da instituição e autor do romance “Memórias de um sargento de milícias”.


O contato com o diretor lhe concedeu novas oportunidades no campo da literatura e o alcance de outros postos de trabalho. Aos 19 anos de idade, Machado de Assis se tornou colaborador e revisor do Jornal Marmota Fluminense. Nesse período conheceu outros expressivos escritores de seu tempo, como José de Alencar, Gonçalves Dias, Manoel de Macedo e Manoel Antônio de Almeida. Nesse tempo ainda se dedicou à escrita de obras românticas e ao trabalho jornalístico.


Entre 1859 e 1860, conseguiu emprego como colaborador e revisor de diferentes meios de comunicação da época. Entre outros jornais e revistas, Machado de Assis escreveu para o Correio Mercantil, Diário do Rio de Janeiro, O Espelho, A Semana Ilustrada e Jornal das Famílias. A primeira obra impressa de Machado de Assis foi o livro “Queda que as mulheres têm para os tolos”, onde aparece como tradutor. Na década de 1860, consolidou sua carreira profissional como revisor e editor.


Na mesma época conheceu Faustino Xavier de Novais, diretor da revista “O futuro” e irmão de sua futura esposa. Seu casamento com Carolina foi bem sucedido e marcado pela afinidade que sua companheira também possuía com o mundo da literatura. Em 1867, Machado de Assis publicou seu primeiro livro de poesias, intitulado “Crisálidas”. O sucesso da carreira literária teve seqüência com a publicação do romance “Ressurreição”, de 1872.


A vida de intelectual foi amparada por uma promissora carreira constituída no funcionalismo público. A conquista do cargo de primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas ofereceu uma razoável condição de vida. No ano de 1874, produziu o romance “A mão e a luva” em uma seqüência de publicações realizadas dentro do jornal O Globo, na época, mantido por Quintino Bocaiúva.


O prestígio artístico de Machado de Assis o tornou um autor de grande popularidade. Durante as comemorações do tricentenário de Luís de Camões, produziu uma peça de teatro encenada no Imperial Teatro Dom Pedro II. Entre 1881 e 1897, o jornal Gazeta de Notícias abrigou grande parte daquelas que seriam consideradas suas melhores crônicas.

O ano de 1881 foi marcante para a carreira artística e burocrática de Machado de Assis. Naquele mesmo ano, Machado tornou-se oficial de gabinete do ministério em que trabalhava e publicou o romance “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, considerado de suma importância para o realismo na literatura brasileira.

A ampla rede de relações e amizades de Machado de Assis lhe abriu portas para um outro importante passo na história da literatura brasileira. Em reuniões com seu amigo, e também escritor, José Veríssimo confabulou as primeiras medidas para a criação da Academia Brasileira de Letras. Participando ativamente das reuniões de escritores que apoiavam tal projeto, Machado de Assis tornou-se o primeiro presidente da instituição. Com a sua morte, em 1908, foi sucedido por Rui Barbosa.


A trajetória de Machado de Assis é alvo de interesse dos apreciadores da literatura e de vários pesquisadores. A sua obra conta com um leque temático e estilístico bastante variado, dificultando bastante o enquadramento de seu legado em um único gênero. O impacto da sua obra chegou a figurá-lo entre os principais nomes da literatura internacional.


Por Rainer Sousa
Equipe Brasil Escola

Ensino Médio – Ingresso Sofrido



Com o término do 9º ano do ensino fundamental, o estudante vive um período de grande pressão, o ingresso no ensino médio e a sua aprovação no vestibular.
Algumas escolas têm exigido médias mínimas para ingresso imediato na instituição ou que o aluno passe por provas específicas de matemática e língua portuguesa, onde o aluno deve atingir a média mínima de sete pontos.
Acontece que, se na escola em que está freqüentando, o aluno não conseguiu atingir essa meta, como poderá atingi-la em uma escola que nunca freqüentou, sem conhecer o nível de exigência da mesma, os profissionais que ali se encontram, a forma como a instituição avaliará o mesmo?
Essas atitudes têm levado jovens adolescentes a um nível elevado de estresse, prejudicando-os no ingresso ao ensino médio, pois quando não atingem a média estabelecida pela instituição, não são aceitos pelas mesmas.
Pais devem ficar atentos, pois nesse caso fica comprovado que a escola está se negando a ter maiores trabalhos com os alunos que não são tão comprometidos com os estudos ou que possuem dificuldades diante do processo de aprender, querendo em seu espaço apenas aqueles que são tidos como os melhores, com notas excelentes.

Afunilamento causado pelo vestibular – onde vão parar os alunos
que não ingressam numa universidade? 

O grande interesse nessa seleção qualitativa é de propagar o nome da escola como a melhor no índice de aprovação no vestibular, porém temos que ressaltar que dentro dessas imposições, não é a escola que faz o aluno, mas o aluno que tem servido como instrumento para colocar a escola que freqüenta no ranking das melhores do país.
E sem qualquer consideração com os estudantes, não fazem desses cidadãos criativos e críticos, mas apenas engolidores de conteúdos visando notas máximas.
Será que vale a Pena? Como forma avaliativa, será que esse aluno não merece outras possibilidades de mostrar o seu conhecimento, seu saber, suas intenções enquanto pessoa e cidadão?
Cabe aos pais avaliar esse tipo de exigência e pensar que antes de ser estudante e de “ter” que ingressar numa universidade, seu filho é um ser humano, dotado de várias potencialidades que devem ser consideradas. Além disso, perceber que a pressão exigida pelas escolas poderá prejudicar seu filho, paralisando-o no momento das provas do vestibular.
É bom lembrar ainda que acesso à educação é uma obrigação do governo, em promover políticas que dêem vagas suficientes nas universidades.


Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

Trabalhando a Questão do Estudo



Quando o assunto é estudo, é importante esclarecer que os alunos podem compreendê-lo de forma diferente, visto que para alguns estudar nem sempre tem o significado de meta ou objetivo. Alguns não gostam, outros não entendem a vantagem de estudar, em razão disso levantam a discussão sobre a necessidade e a obrigatoriedade de aprender conteúdos preestabelecidos.

Para que os alunos possam ter uma outra percepção do aprendizado que ultrapasse a obrigação, propõe-se uma prática que deve fazer parte do projeto de vida dos mesmos:


• Dispostos em círculos, inicie uma conversa perguntando qual profissão gostariam de exercer futuramente;

• Discuta com eles a necessidade de estudar para se aperfeiçoar na profissão mencionada. A conversa estimula o relacionamento interpessoal, o reconhecimento de valores, a reflexão crítica, a capacidade de expressar;
• Conduza os alunos a considerar o ponto de vista do outro;
• Exponha algumas técnicas utilizadas, como por exemplo, ler em voz alta;
• Discuta também a visão dos alunos sobre as condutas esperadas de um estudante.


Por Patrícia Lopes
Graduada em Psicologia
Equipe Brasil Escola

Afetividade no Contexto Sala de Aula



Segundo Libâneo, os aspectos sócio-emocionais cooperam para a relação professor-aluno. Esses, de acordo com o autor, referem-se aos vínculos afetivos entre professor e alunos, bem como às normas e exigências objetivas que regem o procedimento dos alunos.

Vale ressaltar que a afetividade a qual o autor assinala, não refere-se ao carinho do professor para com determinada criança. Mas uma afetividade voltada para a relação do professor em relação ao contexto grupal, de forma que o professor adote uma postura afetiva e positiva com o mesmo, onde exerça sua autoridade (não autoritarismo).


De acordo com Gadotti, alguns valores que até então são interditados na escola devem ser resgatados, tais como: sentir a presença do outro, sentir-se bem, perceber o olhar, o abraço, compreender o olhar das crianças.


As boas inter-relações promovem um ambiente mais agradável e com isso possibilitam a oportunidade de um processo de ensino aprendizagem mais eficaz. Boas relações se manifestam por meio de diálogo, troca, paciência, compreensão, tolerância.


Contudo, a questão das regras em sala de aula também é importante para a organização, assim como em qualquer outro contexto de convivência. 

 
Por Patrícia Lopes
Equipe Brasil Escola

A Escola Mudou



Com os novos paradigmas da educação surgidos nos últimos anos, as mudanças ocorridas no processo de ensino e aprendizagem trouxeram mais qualidade à educação, mas necessitando de maior empenho dos profissionais bem como da manutenção do seu processo de formação.
Sabemos que hoje, uma graduação não é o bastante para o exercício de uma profissão, mas que existe a necessidade constante do profissional, seja de que classe for, se manter atualizado sobre as novidades e mudanças ocorridas no mercado de trabalho.
Não muito distante, tínhamos uma escola coercitiva, que feria os princípios éticos e morais, que agredia fisicamente e moralmente os alunos através de castigos, puxões de orelhas, orelhas de burro, xingamentos, dentre várias outras ações agressoras.
As práticas pedagógicas eram voltadas para o ato de decorar os conteúdos, além de utilizar recursos cansativos, como as cópias e os cadernos de caligrafia.
Com novas pesquisas na área da psicologia da educação, o aspecto lúdico foi apontado como um dos mais importantes para a aprendizagem, ligando-a ao prazer do aluno em aprender.
Temos também uma gama maior de cursos de especialização, de congressos e outros onde são discutidas as práticas educativas das últimas décadas, levando maior capacitação aos professores.
As escolas, como entidades de formação, também adotaram as reuniões de formação contínua, proporcionando encontros que enriquecem o saber do profissional, melhorando as relações afetivas e de trabalho dentro da instituição, entre professor, aluno e toda comunidade escolar.
A preocupação em integrar família e escola também aumentou, pois se acredita que o envolvimento dos responsáveis no processo educativo auxilia a amenizar as dificuldades encontradas, além de dar maior segurança para a instituição e alunos.
Dentre as maiores intenções educativas da atualidade temos a formação humana voltada para os aspectos sociais, de cidadania, da moral, além da apreciação da vida, dos elementos da natureza e da formação do intelecto.
Com esses elementos agindo de forma integrada, atingiremos a constituição e a formação do ser integral, tendo sua inteligência voltada para o bem comum. E a escola cumpre com o seu papel de formadora, de promotora da integridade social.


Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

Internetês na Sala de Aula



A linguagem por abreviações tem sido muito utilizada por jovens e crianças, devido aos meios de comunicação virtuais, como celulares, MSN, Orkut, dentre outros.
Muitos linguistas têm lançado críticas às mesmas, de que estão vulgarizando a forma culta da língua, onde os alunos estão perdendo as aprendizagens já existentes, trocando-as pelos modelos virtuais.
Mas é fato certo, não há como voltar atrás. O “miguxês”, como é chamada a linguagem dos jovens na internet, não mais deixará de existir.
Sendo assim, o melhor a se fazer enquanto profissionais da educação é agregar valores e conhecimentos, aproveitando essa prática entre crianças, jovens e muitos adultos, a fim de valorizar as diferentes formas de comunicação, porém, cada uma com seu espaço próprio.
Uma pesquisa recente, realizada pela psicóloga Beverly Plester, da Universidade de Coventry, na Inglaterra, concluiu que esse tipo de escrita pode melhorar as habilidades de escrita dos estudantes, uma vez que os mesmos estão escrevendo muito mais do que as gerações anteriores.
Mesmo sendo numa linguagem sem regras, crianças e jovens apresentam maior criatividade ao produzirem um texto. Nas provas escolares, as respostas dos alunos têm ficado mais curtas e objetivas, escritas com informalidade.
Já os estudantes, afirmam que não veem o uso do miguxês como um problema, alegando que essa linguagem é utilizada para agilizar a comunicação, mas que sabem distinguir que para cada local existe uma forma adequada de se comunicar.
Durante as provas não escrevem com tais abreviações, pois sabem que na escola são exigidas as formas cultas da língua, mas que às vezes podem escapar um você ou um também (vc – tbm) abreviados.
O papel da escola é valorizar a comunicação formal, com as normas corretas de escrita, não aceitando tais modelos em trabalhos e provas, até porque muitos adultos não conhecem a variedade de abreviações existentes no meio, que já possui sites de tradução da linguagem.
Para os jovens, esse estilo de escrita não acarreta maiores problemas, contudo, nas primeiras séries do ensino fundamental, a mesma pode atrapalhar a compreensão daqueles que ainda não vivem ligados ao mundo virtual. Podem ainda, dificultar o processo de alfabetização, já que até o 5º ano é normal os alunos escreverem em desacordo com a forma padrão.
Assim, trabalhar com cartazes, recortes de letras de revistas e jornais, pode ajudar na construção da linguagem formal. Por que não lançar nas atividades escritas várias abreviações para que os alunos deem seus significados? Seria uma forma inovadora de trabalhar, além de agradar as crianças, que terão o aspecto lúdico, da diversão em internet, transportado para as atividades de sala de aula.
O processo é muito semelhante à etapa de alfabetização, onde as crianças passam a identificar os códigos, escrevendo-os pelos sons dos fonemas, já que ainda não sabem escrever. A palavra casa, durante o nível de alfabetização a que denominamos silábico, aparece escrita kz, ksa, csa, caz, etc.
E os próprios professores podem deixar as aulas mais animadas brincando, lançando no quadro algumas das abreviações. Iniciar a aula escrevendo 9dad (novidade) no quadro será uma forma de buscar a atenção dos alunos, conquistando-os num clima de descontração, que favorece o aprendizado.
Com isso, o professor pode propor a tradução de alguns termos como: add, que significa adicionar; cmg - comigo; flw - falou, ft ou fto - foto; t+ - até mais, tbm - também, vc - você, fds - fim de semana; tc - teclar; dentre outras. É bom lembrar que acrescentar um pouquinho de diversão às aulas ajuda a tirar o clima de cansaço, o sono, e aumenta a participação do grupo. Pense nisso!
Basta ter criatividade para aproveitar o conhecimento adquirido pelos alunos, a fim de valorizar as aprendizagens que já possuem, de enriquecer a construção da escrita, seja ela da forma que for.


Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

Bom Professor



Com a chegada do terceiro milênio, práticas educativas mais firmes, autoritárias e duras foram deixadas para trás, levando para a sala de aula liberdade de expressão, de pensamento e abrindo espaços para o diálogo, tanto entre alunos como entre alunos e professores.
O conhecimento não é mais tido como algo pronto e acabado, dentro de um determinado conteúdo, nem tampouco imposto pelo professor e tendo que ser engolido pelos alunos. Pelo contrário, conhecimento hoje é a troca de informações, pois, no âmbito escolar, aprender é compartilhar os saberes que cada sujeito carrega consigo, das experiências anteriormente vividas.
Além disso, o professor deve ser aquele que estimula a curiosidade, é questionador – não para humilhar o aluno e mostrar que ele é o detentor do saber, mas para dar condições de o aluno refletir sobre os temas abordados na sala de aula, levando-o às suas próprias descobertas.
Alguns aspectos devem ser considerados para se avaliar o desempenho do professor e se sua prática cotidiana tem plantado sementes para que seus alunos colham bons frutos mais tarde.
A princípio, ajudar na construção de uma escola aberta, democrática, pautada em uma gestão transparente, que vise atender aos interesses da comunidade em que atende. Com isso, os estudantes percebem que a direção da escola é aberta, comunicativa, que confia nos profissionais e nos alunos, aprendendo que existem competências próprias de cada profissão, o que garante a segurança futura.
O bom professor deve incentivar uma relação aberta entre escola e família, pois a criança e o adolescente precisam desse contato para se sentirem valorizados, além de perceberem que o processo educativo não é feito de qualquer jeito, mas com contribuições dos dois lados.
Tomar conhecimento do Projeto Político Pedagógico da escola é outra forma de contribuir para a educação de qualidade. Se a escola ainda não compartilhou o PPP, o professor deve solicitar à direção, pois seu trabalho deve seguir o disposto na lei que rege a instituição. É importante abrir espaços para discutir o respectivo projeto, a fim de identificar possíveis erros ou não, mas visando melhor qualificação profissional.
Muito se vê falar em exercício da cidadania, pouco se faz para garantir que as próprias crianças sejam, desde já, cidadãs comprometidas com a formação de um mundo mais justo e melhor.
Nas práticas de sala de aula, o bom professor deve estimular os alunos a exercitarem a cidadania, levando-os a agir de forma correta, pensando nas consequências de seus atos, sendo responsáveis com a vida no planeta, com a preservação do meio ambiente, com a educação e o respeito na vida cotidiana, valorizando a pluralidade cultural, tendo controle sobre sua liberdade, preocupando-se com o bem-estar do outro e do meio político e social em que vive.
Quando se trabalha exercitando a cidadania, promove-se valores que ajudam o educando a se aprimorar enquanto pessoa. Com isso, desmistificar que a educação serve para classificar, e sim para formar um sujeito que identifique que as relações do mundo são pautadas em sentimentos, sejam eles bons ou ruins; em dúvidas ou certezas, em inquietações próprias do ser humano que devem ser valorizadas.
Dentro disso, podemos destacar valores humanos que devem ser estimulados no contexto escolar, como a tolerância, a solidariedade, o respeito às diversidades, sejam elas culturais, pessoais ou sociais.
O bom professor é aquele que não se preocupa em ser conteudista, mas que promove a circulação do conhecimento, que aguça a curiosidade, que proporciona a reflexão, abrindo espaço para o diálogo saudável, para a troca de informações, propondo que cada sujeito envolvido no processo deixe sua opinião – as informações que já tem sobre algum assunto. E deve permitir que o lúdico faça parte das atividades rotineiras da sala de aula, pois aprende-se muito mais através da brincadeira, da diversão e do prazer.
Com isso, permite-se que os alunos cresçam enquanto pessoas e enquanto profissionais. Que sintam as necessidades do mundo, de que somos responsáveis para que tudo corra bem, para que as coisas aconteçam de forma organizada e planejada, visando o crescimento social do país.
Dessa forma, ensina-se que a educação e a formação estão voltadas para o lado profissional sim, mas também para o lado social, humanista, e que no exercício da profissão, os professores terão que ser responsáveis para progredir no mundo do trabalho.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

A utilização de computadores no ensino



Utilizar ou não computadores para ensinar? Há alguns anos essa idéia repercutia gerando polêmica, a mesma de quando se introduziu as canetas esferográficas. De certa forma, a computação pode ser útil, como também pode prejudicar o ensino. Se for ministrada de forma correta auxilia em muito o professor, agora se for mal utilizada atrapalha o desempenho do aluno.

Essa mudança é devido ao avanço científico e tecnológico, que trouxe uma maior velocidade aos processos de comunicação, derrubando as barreiras geográficas.

Veja a seguir cinco formas de se fazer um bom uso de computadores na escola:

1. Busca de dados: neste quesito o aluno tem oportunidade de acessar um grande número de informações que serão utilizadas para os trabalhos escolares, seria muito útil se tivesse em mãos um CD-Rom para armazenar todos os dados encontrados para a pesquisa.

2. Realização de tarefas específicas: aqui o aluno pode realizar uma simulação, como por exemplo, observar o movimento do sol em qualquer lugar do mundo. Existem programas de simulação que permitem estudar a sombra de um objeto ao sol do meio-dia em qualquer dia (passado ou futuro), em qualquer lugar do planeta.

3. Estudo de propriedades: o computador pode ser programado de várias formas para realizar funções específicas, e uma delas é com relação à geometria: pode-se estudar as propriedades geométricas de figuras através da tela do computador, e o melhor, é possível girar essas figuras e visualizá-las de diferentes ângulos.

4. Realização de tarefas genéricas: utilizar programas para executar tarefas como: realizar cálculos através de planilhas eletrônicas. Esse serviço pode ser usado pelo professor para calcular a média e o número de faltas dos alunos.

5. Transmissão de dados: o computador é uma ferramenta indispensável para transmitir dados, como por exemplo, dados bibliográficos de uma pesquisa, resultados experimentais realizados em diferentes lugares (outras escolas, outro grupo de alunos).

IMPORTANTE: É de extrema importância que o professor esteja atento a todos os passos do aluno, principalmente no que se refere à internet. Existem na mídia muitas páginas inadequadas para o bom andamento da aula. 


Por Líria Alves
Graduada em Química
Equipe Brasil Escola

A importância da produção de textos para as disciplinas escolares





Uma atividade de suma importância que deve ser aplicada em praticamente todas as disciplinas é a construção de textos por parte dos alunos.

A criação de textos e ilustrações pelos alunos representa uma motivação para o mesmo, além de desenvolver a escrita, a coordenação motora e estabelecer uma ligação entre disciplinas como Geografia, Português e Artes.

Atividades ligadas à produção de textos podem ser colocadas em prática de diversas maneiras. Isso varia de acordo com o conteúdo estudado e a disponibilidade de recursos materiais. A partir desse pressuposto, a seguir algumas dicas para a aplicação da produção de textos:

• Trabalho de confecção de histórias em quadrinhos. Esse tipo de atividade pode ser realizado em grupo ou individual, o principal é liberar a criatividade para criar histórias, falas, personagens, sempre ligados ao assunto estudado.

• Criação de narrativas acerca de um determinado tema, essas podem ser reais ou não.

• Construção de poemas, notícias, anúncios, manchetes de jornais entre outros, todos ligados ao tema da aula.

• Interpretação de imagens com objetivo de contextualizá-las através de textos.

• Produção de livro, inserindo figuras, notícias, dados estatísticos e ponto de vista do aluno entre outros.


Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

A importância da pesquisa na escola

 A importância da pesquisa na escola

 Os alunos, em sua maioria, não buscam respostas para seus questionamentos acerca de diversos assuntos, quando estão resolvendo exercícios que necessitam de uma pesquisa dentro do texto ficam desanimados e muitas vezes desistem.

A pesquisa pode ser um grande instrumento na construção do conhecimento do aluno, por isso se faz necessário, sempre que possível, que o professor mande algum tema para pesquisa relacionado com o conteúdo, a fim de contribuir na construção da aprendizagem.

Por meio da pesquisa o aluno tem possibilidade de descobrir um mundo diferente, coisas novas, curiosidades. Dessa forma, o professor tem a incumbência de gerenciar e orientar os seus alunos na busca de informações, sua função é disponibilizar referências bibliográficas, oferecendo melhores condições de desenvolvimento da pesquisa. Além de atuar na orientação da construção de textos a partir do material da pesquisa, o professor deve ensinar como retirar as partes mais importantes do conteúdo pesquisado. Outro ponto de grande relevância que o educador deve abordar é a conscientização de que uma pesquisa não é uma mera cópia e sim uma síntese de um conjunto de informações.

A etapa técnico-científico informacional que a humanidade está atravessando e a ascensão dos meios de comunicação tem facilitado o acesso às informações, desse modo, podem ser usados como base de pesquisas: livros, revistas, artigos científicos, enciclopédias, documentários, entrevistas, internet entre outras.

A pesquisa na escola não deve ter apenas o objetivo de ocupar o aluno, de modo que o mesmo não fique sem fazer nada em casa, sua finalidade vai além, formar pessoas curiosas acerca do que se passa no mundo, assim, por meio dessa busca, o conhecimento será construído pelo próprio educando.

Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Pontuação


PONTUAÇÃO



Uma das falhas de redação mais comuns é, sem dúvida alguma, aquela referente ao uso dos sinais de pontuação, particularmente o da vírgula. Isso, por si só, já justifica a importância desta unidade. Serão estudados os seguintes sinais: a vírgula, o ponto-e-vírgula, os dois-pontos, as reticências e as aspas.

VÍRGULA

O estudo desse importantíssimo sinal de pontuação será dividido em duas partes: vírgula dentro da oração e vírgula entre as orações.

Vírgula dentro da oração

Usa-se a vírgula:

a) Para separar elementos coordenados assindéticos. Exemplo: Compraram carne, batata, arroz e maionese.

b) Para isolar termos intercalados e/ou deslocados na oração. Exemplo: Acontecerá, na próxima sexta-feira, a maior feira de automóveis do país.

Observação: adjuntos adverbiais curtos, quando intercalados, só são isolados pela pontuação quando o objetivo do autor é enfatizar tal circunstância. Exemplo:

Ela se encontrou ontem com o irmão. (sem ênfase)

Ela se encontrou, ontem, com o irmão. (com ênfase)

c) Para isolar o aposto explicativo. Exemplo: Carlos, o mecânico, já chegou.

d) Para isolar o vocativo. Exemplo: Carlos, sua encomenda chegou!

e) Para isolar o predicativo adjacente ao termo a que confere um atributo. Exemplo: Jonas, irritado, pegou o carro e acelerou.

f) Para isolar expressões retificativas e explicativas, como ou melhor, aliás, ou seja, isto é, etc. Exemplo: Os meninos, ou melhor, as meninas mereceram uma repreensão naquele dia.

g) Antes das locuções adversativas e sim, e não e mas sim. Exemplo: Ele comprou um DVD, e não um CD.

h) Para indicar a elipse do verbo. Exemplo: Um pediu perdão; outro, dinheiro.

Observação: não se usa vírgula entre o sujeito e o predicado e entre núcleos e seus complementos. Exemplos:

Um desses países, tem feito ótimos acordos com o Brasil. (a vírgula está inadequada, pois separa o sujeito do predicado)

Um desses países tem feito, ótimos acordos com o Brasil. (a vírgula está inadequada, pois separa a locução verbal de seu complemento)

Vírgula entre as orações

Vejam-se agora os principais casos em que se usa a vírgula no período composto.

1) Orações subordinadas substantivas

Geralmente não são separadas por vírgula.

2) Orações subordinadas adjetivas

Só as explicativas são isoladas por vírgulas. Exemplo:

O restaurante da minha tia, que fica ali na esquina, tem ótimos preços.

3) Orações subordinadas adverbiais

Na ordem direta, são precedidas de vírgula somente quando houver pausa. Exemplos:

Só me tranqüilizarei quando você chegar. (sem pausa)

Ela aparentava uma tranqüilidade inabalável, apesar de ter brigado com a mãe. (com pausa)

Na ordem indireta (oração adverbial antes da principal), em regra usa-se a vírgula. Exemplos:

Se chover, não sairei.

Já que ela não o valoriza, procure outra namorada.

4) Orações coordenadas assindéticas

Sempre são separadas por sinal de pontuação. Pode-se usar a vírgula, o ponto-e-vírgula ou o ponto final, dependendo da intensidade da pausa que se queira criar entre elas. Exemplos:

A chuva começou, os animais se guardaram. (pausa menor)

A chuva começou; os animais se guardaram. (pausa intermediária)

A chuva começou. Os animais se guardaram. (pausa maior)

5) Orações coordenadas sindéticas aditivas

Em regra, não se usa a vírgula. Exemplo:

Pegue as suas coisas e suma daqui!

Exceções:

a) A conjunção “e” tem valor adversativo: Este computador é de última geração, e ainda assim me deixa nervoso.

b) A conjunção “e” introduz oração de sujeito diferente do da anterior: Os filhos divertiam-se no canto do salão, e os pais os vigiavam.

c) A oração da esquerda é extensa: As máquinas desse tipo exigem mão-de-obra de profissionais com altíssimo nível de capacitação técnica, e custam mais caro do que você imagina.

d) A conjunção é repetida: "E zumbia, e voava, e voava, e zumbia".  (Machado de Assis, Poesias Completas, p. 314)

6) Orações coordenadas sindéticas alternativas

Em regra, não são separadas por vírgula. Exemplo:

O atendente não me ouviu ou fingiu que não me ouviu.

Exceções:

a) Oração da esquerda extensa: Aquela pessoa de que lhe falei passará os próximos cinco anos preparando-se para as competições, ou resolverá parar tudo e estudar.

b) Conjunção repetida: Ou fica, ou vai.

7) Orações coordenadas sindéticas explicativas

Em regra, usa-se vírgula antes de conjunções explicativas. Exemplo:

Pense melhor, que sua decisão é muito importante.

8) Orações coordenadas sindéticas adversativas e conclusivas

a) Em regra, usa-se uma vírgula antes de tais conjunções. Exemplo:

Carlos traiu a namorada, porém ela ainda o ama.

Carlos traiu a namorada, portanto ela o deixará.

b) Se, porém, entre as orações houver pausa maior, a vírgula virá antes da conjunção:

Carlos traiu a namorada; porém, ela ainda o ama.

Carlos traiu a namorada; portanto, ela o deixará.

Observação: depois da conjunção “mas”, geralmente não se usa a vírgula.

c) Se a conjunção adversativa ou conclusiva aparecer em posição não-inicial da oração, virá, preferencialmente, entre vírgulas:

Carlos traiu a namorada; ela, porém, ainda o ama.

Carlos traiu a namorada; ela, portanto, o deixará.

PONTO-E-VÍRGULA

O ponto-e-vírgula representa uma pausa maior que a da vírgula e menor que a do ponto. É usado principalmente para:

a) marcar pausa intermediária entre orações coordenadas assindéticas. Exemplo: Os meninos queriam chamar atenção; ninguém os viu.

b) separar, da anterior, a oração com elipse do verbo. Exemplo: Ele quer amor; ela, dinheiro.

c) separar, da anterior, a oração com conjunção intercalada. Exemplo: Ele quer amor; ela, porém, só precisa de dinheiro.

d) separar orações mais ou menos extensas, principalmente as que já contêm vírgulas. Exemplo: Eles queriam, acima de tudo, entregar o prêmio a quem o merecia; mas, em vez disso, só conseguiram ser humilhados pelos outros funcionários.

e) separar elementos de enumerações, principalmente quando extensos: Há três tipos de comida: as gostosas, que geralmente fazem mal à saúde; as de gosto ruim, que quase sempre fazem bem; e as insípidas, piores que estas últimas.

DOIS-PONTOS

Os dois-pontos são usados principalmente para:

a) introduzir aposto explicativo: Só quero um presente: você.

b) introduzir enumeração: Tenho duas coisas para falar: fique quieta e abrace-me.

c) introduzir discurso direto: Jonas disse: “Ajudem-me!”.

RETICÊNCIAS

Podem indicar:

a) suspensão do raciocínio: O pai é um gênio. Já o filho...

b) supressa de trechos: Segundo o autor, “... o país só sofrerá”.

c) hesitação da personagem: “É... veja bem... é melhor sairmos”.

d) aumento da emoção: “As palavras únicas de Teresa, em resposta àquela carta, significativa da turvação do infeliz, foram estas: ‘Morrerei, Simão, morrerei. Perdoa tu ao meu destino... Perdi-te... Bem sabes que sorte eu queria dar-te... e morro, porque não posso, nem poderei jamais resgatar-te’”. (Camilo Castelo Branco)

ASPAS

Principais aplicações:

a) metáforas: Ele estava uma “pilha”.

b) discurso direto: O padre perguntou: “É isso mesmo que você quer?”.

c) estrangeirismos pouco comuns: Você deve cobrar “royalties”.

d) neologismos: A América Latina passará por uma “chavezação”?

e) gírias e expressões populares: Ela achou “maneiro” o convite.

f) marcação da isenção do autor: A intenção do ditador era aniquilar as raças “inferiores”.

g) ironia: Está “linda” a sua filha.

CURIOSIDADE

Afinal, deve-se usar vírgula antes da abreviatura “etc.”? Alguns autores dizem que não, uma vez que a forma “et”, da expressão “et coetera”, é uma conjunção aditiva, motivo pelo qual a vírgula deveria ser dispensada. Outros, como Celso Luft, alegam que o falante não tem consciência de que a referida expressão é composta pelo elemento aditivo e, por isso, tende a encará-la como assindética, o que justifica a vírgula. Em suma, como não há consenso, pode-se considerar facultativo o sinal de pontuação nesse caso.

Crase


CRASE



Crase é o nome que se dá ao fenômeno de fusão de dois as, dos quais um é preposição e outro é artigo ou pronome demonstrativo. O acento gráfico que indica a crase chama-se grave. Exemplos:

Poucos compareceram à festa. (junção da preposição “a” com o artigo feminino “a”)

Sua roupa é igual à do seu irmão. (junção da preposição “a” com o pronome demonstrativo “a”)

Este carro é igual àquele. (junção da preposição “a” com o pronome demonstrativo “aquele”)

Crase obrigatória

1) objetos indiretos e complementos nominais femininos regidos pela preposição “a”. Exemplos:

Você assistiu à novela ontem? (OI de “assistiu”)

Tenho aversão à mulher dele. (CN de “aversão”)

2) adjuntos adverbiais femininos de modo, lugar e tempo. Exemplos:

Ele andava à toa pela cidade. (modo)

Vire à direita. (lugar)

Sairei às 14 h. (tempo)

3) locuções prepositivas e conjuntivas femininas

O guarda tinha um colete à prova de bala.

À medida que investe no que é importante, o Brasil cresce.

Crase proibida

1) antes de verbos: Ele tem contas a acertar comigo.

2) em expressões formadas por palavras repetidas: Ficamos cara a cara.

3) antes de palavras masculinas: Ele sempre anda a pé.

4) antes de palavras que não são precedidas de artigo: Diga isso a mim; Não dê crédito a isso; Avise a ela que sairemos hoje.

5) expressões com a idéia de meio ou instrumento: Os ladrões o agrediram a faca; Escreva a carta a caneta; O forno a lenha deixa a pizza mais saborosa.

6) “a” no singular diante de palavra plural: Não se dá a devida atenção a crianças.

7) antes de pronomes de tratamento, salvo “dona”, “senhora” e “senhorita”: Ele obedecerá a Vossa Excelência; Ele obedecerá à senhora.

Casos especiais de crase

1) palavra “terra”

Caso a palavra “terra” se oponha à expressão “a bordo”, significando “terra firme”, não ocorrerá crase. Exemplo:

Quando chegaram a terra, os náufragos comemoraram. (terra firme)

2) palavra “casa”

Não ocorre crase diante da palavra “casa” quando ela designa o lar do próprio sujeito da oração. Exemplo:

Quando Paulo chegar a casa, ligará para nós. (a casa é de Paulo)

3) nomes de cidades, estados, países e continentes

Só ocorre crase se o nome exige o artigo “a”, o que é possível saber pela anteposição da preposição “de” a ele. Exemplos:

Bem-vindo a Londrina. (gosto de Londrina)

Vamos à França. (gosto da França)

Já fui a Roma. (gosto de Roma)

Observação: se o nome vier especificado, passará a exigir o artigo e, conseqüentemente, o sinal de crase. Exemplo:

Nada se compara à Roma antiga. (gosto da Roma antiga)

4) nomes de mulheres

Só ocorre a crase se houver uma relação de proximidade afetiva entre o locutor e a mulher, caso em que o artigo feminino será usado. Exemplos:

Pedro fez um favor à Cláudia. (Cláudia é uma pessoa afetivamente próxima do locutor)

Nunca teci críticas a Zélia Cardoso. (Zélia Cardoso não é próxima do locutor)

5) expressão “a distância”

Só haverá crase se essa expressão vier especificada. Exemplos:

Mantenha-se a distância.

Mantenha-se à distância de 10 metros.

6) palavras com sentido genérico

Não ocorre crase se a palavra, ainda que feminina, guarda sentido genérico, pois o artigo, nesse caso, não é usado. Exemplos:

Aquele homem tem aversão a mulher. (mulheres em geral)

Aquele homem tem aversão à mulher. (uma mulher específica)

7) crase com palavras masculinas

O único caso em que se usa o acento grave diante de palavra masculina é aquele em que está subentendida a locução “à moda de”. Exemplo:

Ele escreve à Machado de Assis. (à moda de Machado de Assis)

Crase facultativa

1) antes de pronomes possessivos adjetivos: Não venha à / a minha festa.

2) diante da preposição “até”: Vamos até à / a praia.

Crase com pronomes demonstrativos

Sempre que aos pronomes demonstrativos “aquele”, “aquela” e “aquilo” se juntar a preposição “a” (regida por algum verbo ou nome), deverá ser usado o acento grave. Exemplos:

A violência era comum àqueles dois. (comum a alguém)

Obedeça àquelas senhoras. (obedecer a alguém)

Observação: se o pronome “aquela” aparecer sob forma reduzida (“a”), a crase também ocorrerá. Exemplo:

A inteligência do menino era igual à do pai (igual a algo).

CURIOSIDADE

Na maioria dos casos em que se tem dúvida quanto à crase diante de uma palavra feminina, pode-se fazer um teste muito fácil. Basta substituí-la por qualquer palavra masculina, mantendo-se a estrutura sintática da frase. Se antes da masculina aparecer AO, haverá a crase diante da feminina. Exemplos:

Você já entregou a carta à garota (AO garoto)?
A vítima foi assassinada a faca (a tiro)
Pegarei o ônibus à noite (AO meio-dia)
Escrevi a carta a mão (a lápis)
Essa caneta é igual à outra (Esse lápis é igual AO outro)
Fique à vontade (AO léu)
Diga a ela que não vou (a ele)
Vire à direita (AO lado)
Sairei às 15h (AO meio-dia)
Saio de segunda a sexta (de segunda a sábado)
Está marcado para as 11h (para o meio-dia)

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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O amor ( 1 Coríntios 13)

1 Coríntios 13

 "Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor".

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