Postagens populares

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Bons Amigos




BONS AMIGOS

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.

Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.

Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.

Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.

Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,

Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Machado de Assis

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O conto



O tamanho não é o que faz mal a este gênero de histórias. É naturalmente a qualidade; mas há sempre uma qualidade nos contos que os torna superiores aos grandes romances, se uns e outros são medíocres: é serem curtos.
Machado de Assis

O conto é um texto narrativo centrado em um relato referente a um fato ou determinado acontecimento. Sendo que este pode ser real, como é o caso de uma notícia jornalística, um evento esportivo, dentre outros. Podendo também ser fictício, ou seja, algo resultante de uma invenção.

No que se refere às origens, o mesmo remonta aos tempos antigos, representado pelas narrativas orais dos antigos povos nas noites de luar, passando pelos gregos e romanos, lendas orientais, parábolas bíblicas, novelas medievais italianas, pelas fábulas francesas de Esopo e La Fontaine, chegando até os livros, como hoje conhecemos.

Em meio a esta trajetória, revestiu-se de inúmeras classificações, resultando nas chamadas antologias, as quais reúnem os contos por nacionalidade: brasileiro, russo, francês e por categorias relacionadas ao gênero, denominando-se em contos maravilhosos, policiais, de amor, ficção científica, fantásticos, de terror, mistério, dentre outras classificações, tais como tradicional, moderno e contemporâneo.

Perfaz-se de todos os elementos que compõem a narrativa, ou seja, tempo, espaço, poucos personagens, foco narrativo de 1ª ou 3ª pessoa, corroborando em uma sequência de fatos que constituem o enredo, também chamado de trama.

E um dos fatores de total relevância, é que o enredo apresenta-se de forma condensada e sintética, centrado em um único conflito. Tal característica tende a criar o que chamamos de unidade de impressão, elemento que norteia toda a narrativa, criando um efeito no próprio leitor, manifestado pela admiração, espanto, medo, desconcerto, surpresa, entre outros.
Fazendo referência a toda estética textual, observaremos alguns fragmentos inerentes a uma das criações de um importante contista de nossa contemporaneidade, Dalton Trevisan:

Apelo
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.

Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.

Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor. 



Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

Machado de Assis - Um exemplo


Machado de Assis tornou-se um dos grandes ícones da literatura nacional.


Joaquim Maria Machado de Assis nasceu dia 21 de junho de 1839, na cidade do Rio de Janeiro. O garoto pobre, filho de um operário mestiço chamado Francisco José de Assis e de Maria Leopoldina Machado de Assis, marcou a história da literatura brasileira. Ao contrário do que se imagina, a trajetória de Machado de Assis não o conduziu naturalmente para o mundo das letras. Ainda na infância o jovem “Machadinho”, como era carinhosamente chamado, perdeu sua mãe.

Durante sua infância e adolescência foi criado por Maria Inês, sua madrasta. A falta de recursos financeiros o obrigou a dividir seu tempo entre os estudos e o trabalho de vendedor de doces. Ainda sobre condições não muito favoráveis, Machado de Assis demonstrava possuir grande facilidade de aprendizado. Segundo alguns relatos – no tempo em que morou em São Cristóvão – aprendeu a falar francês com a dona de uma padaria da região.


Já aos 16 anos conseguiu publicar sua primeira obra literária na revista “Marmota Fluminense”, onde registrou as linhas do poema “Ela”. No ano seguinte, Machado conseguiu um cargo como tipógrafo na Imprensa Nacional e dividiu seu tempo com a criação de novos textos. Durante sua estadia na Imprensa Nacional, o escritor iniciante teve a oportunidade de conhecer Manuel Antônio de Almeida, diretor da instituição e autor do romance “Memórias de um sargento de milícias”.


O contato com o diretor lhe concedeu novas oportunidades no campo da literatura e o alcance de outros postos de trabalho. Aos 19 anos de idade, Machado de Assis se tornou colaborador e revisor do Jornal Marmota Fluminense. Nesse período conheceu outros expressivos escritores de seu tempo, como José de Alencar, Gonçalves Dias, Manoel de Macedo e Manoel Antônio de Almeida. Nesse tempo ainda se dedicou à escrita de obras românticas e ao trabalho jornalístico.


Entre 1859 e 1860, conseguiu emprego como colaborador e revisor de diferentes meios de comunicação da época. Entre outros jornais e revistas, Machado de Assis escreveu para o Correio Mercantil, Diário do Rio de Janeiro, O Espelho, A Semana Ilustrada e Jornal das Famílias. A primeira obra impressa de Machado de Assis foi o livro “Queda que as mulheres têm para os tolos”, onde aparece como tradutor. Na década de 1860, consolidou sua carreira profissional como revisor e editor.


Na mesma época conheceu Faustino Xavier de Novais, diretor da revista “O futuro” e irmão de sua futura esposa. Seu casamento com Carolina foi bem sucedido e marcado pela afinidade que sua companheira também possuía com o mundo da literatura. Em 1867, Machado de Assis publicou seu primeiro livro de poesias, intitulado “Crisálidas”. O sucesso da carreira literária teve seqüência com a publicação do romance “Ressurreição”, de 1872.


A vida de intelectual foi amparada por uma promissora carreira constituída no funcionalismo público. A conquista do cargo de primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas ofereceu uma razoável condição de vida. No ano de 1874, produziu o romance “A mão e a luva” em uma seqüência de publicações realizadas dentro do jornal O Globo, na época, mantido por Quintino Bocaiúva.


O prestígio artístico de Machado de Assis o tornou um autor de grande popularidade. Durante as comemorações do tricentenário de Luís de Camões, produziu uma peça de teatro encenada no Imperial Teatro Dom Pedro II. Entre 1881 e 1897, o jornal Gazeta de Notícias abrigou grande parte daquelas que seriam consideradas suas melhores crônicas.

O ano de 1881 foi marcante para a carreira artística e burocrática de Machado de Assis. Naquele mesmo ano, Machado tornou-se oficial de gabinete do ministério em que trabalhava e publicou o romance “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, considerado de suma importância para o realismo na literatura brasileira.

A ampla rede de relações e amizades de Machado de Assis lhe abriu portas para um outro importante passo na história da literatura brasileira. Em reuniões com seu amigo, e também escritor, José Veríssimo confabulou as primeiras medidas para a criação da Academia Brasileira de Letras. Participando ativamente das reuniões de escritores que apoiavam tal projeto, Machado de Assis tornou-se o primeiro presidente da instituição. Com a sua morte, em 1908, foi sucedido por Rui Barbosa.


A trajetória de Machado de Assis é alvo de interesse dos apreciadores da literatura e de vários pesquisadores. A sua obra conta com um leque temático e estilístico bastante variado, dificultando bastante o enquadramento de seu legado em um único gênero. O impacto da sua obra chegou a figurá-lo entre os principais nomes da literatura internacional.


Por Rainer Sousa
Equipe Brasil Escola

Ensino Médio – Ingresso Sofrido



Com o término do 9º ano do ensino fundamental, o estudante vive um período de grande pressão, o ingresso no ensino médio e a sua aprovação no vestibular.
Algumas escolas têm exigido médias mínimas para ingresso imediato na instituição ou que o aluno passe por provas específicas de matemática e língua portuguesa, onde o aluno deve atingir a média mínima de sete pontos.
Acontece que, se na escola em que está freqüentando, o aluno não conseguiu atingir essa meta, como poderá atingi-la em uma escola que nunca freqüentou, sem conhecer o nível de exigência da mesma, os profissionais que ali se encontram, a forma como a instituição avaliará o mesmo?
Essas atitudes têm levado jovens adolescentes a um nível elevado de estresse, prejudicando-os no ingresso ao ensino médio, pois quando não atingem a média estabelecida pela instituição, não são aceitos pelas mesmas.
Pais devem ficar atentos, pois nesse caso fica comprovado que a escola está se negando a ter maiores trabalhos com os alunos que não são tão comprometidos com os estudos ou que possuem dificuldades diante do processo de aprender, querendo em seu espaço apenas aqueles que são tidos como os melhores, com notas excelentes.

Afunilamento causado pelo vestibular – onde vão parar os alunos
que não ingressam numa universidade? 

O grande interesse nessa seleção qualitativa é de propagar o nome da escola como a melhor no índice de aprovação no vestibular, porém temos que ressaltar que dentro dessas imposições, não é a escola que faz o aluno, mas o aluno que tem servido como instrumento para colocar a escola que freqüenta no ranking das melhores do país.
E sem qualquer consideração com os estudantes, não fazem desses cidadãos criativos e críticos, mas apenas engolidores de conteúdos visando notas máximas.
Será que vale a Pena? Como forma avaliativa, será que esse aluno não merece outras possibilidades de mostrar o seu conhecimento, seu saber, suas intenções enquanto pessoa e cidadão?
Cabe aos pais avaliar esse tipo de exigência e pensar que antes de ser estudante e de “ter” que ingressar numa universidade, seu filho é um ser humano, dotado de várias potencialidades que devem ser consideradas. Além disso, perceber que a pressão exigida pelas escolas poderá prejudicar seu filho, paralisando-o no momento das provas do vestibular.
É bom lembrar ainda que acesso à educação é uma obrigação do governo, em promover políticas que dêem vagas suficientes nas universidades.


Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

Trabalhando a Questão do Estudo



Quando o assunto é estudo, é importante esclarecer que os alunos podem compreendê-lo de forma diferente, visto que para alguns estudar nem sempre tem o significado de meta ou objetivo. Alguns não gostam, outros não entendem a vantagem de estudar, em razão disso levantam a discussão sobre a necessidade e a obrigatoriedade de aprender conteúdos preestabelecidos.

Para que os alunos possam ter uma outra percepção do aprendizado que ultrapasse a obrigação, propõe-se uma prática que deve fazer parte do projeto de vida dos mesmos:


• Dispostos em círculos, inicie uma conversa perguntando qual profissão gostariam de exercer futuramente;

• Discuta com eles a necessidade de estudar para se aperfeiçoar na profissão mencionada. A conversa estimula o relacionamento interpessoal, o reconhecimento de valores, a reflexão crítica, a capacidade de expressar;
• Conduza os alunos a considerar o ponto de vista do outro;
• Exponha algumas técnicas utilizadas, como por exemplo, ler em voz alta;
• Discuta também a visão dos alunos sobre as condutas esperadas de um estudante.


Por Patrícia Lopes
Graduada em Psicologia
Equipe Brasil Escola

Afetividade no Contexto Sala de Aula



Segundo Libâneo, os aspectos sócio-emocionais cooperam para a relação professor-aluno. Esses, de acordo com o autor, referem-se aos vínculos afetivos entre professor e alunos, bem como às normas e exigências objetivas que regem o procedimento dos alunos.

Vale ressaltar que a afetividade a qual o autor assinala, não refere-se ao carinho do professor para com determinada criança. Mas uma afetividade voltada para a relação do professor em relação ao contexto grupal, de forma que o professor adote uma postura afetiva e positiva com o mesmo, onde exerça sua autoridade (não autoritarismo).


De acordo com Gadotti, alguns valores que até então são interditados na escola devem ser resgatados, tais como: sentir a presença do outro, sentir-se bem, perceber o olhar, o abraço, compreender o olhar das crianças.


As boas inter-relações promovem um ambiente mais agradável e com isso possibilitam a oportunidade de um processo de ensino aprendizagem mais eficaz. Boas relações se manifestam por meio de diálogo, troca, paciência, compreensão, tolerância.


Contudo, a questão das regras em sala de aula também é importante para a organização, assim como em qualquer outro contexto de convivência. 

 
Por Patrícia Lopes
Equipe Brasil Escola

A Escola Mudou



Com os novos paradigmas da educação surgidos nos últimos anos, as mudanças ocorridas no processo de ensino e aprendizagem trouxeram mais qualidade à educação, mas necessitando de maior empenho dos profissionais bem como da manutenção do seu processo de formação.
Sabemos que hoje, uma graduação não é o bastante para o exercício de uma profissão, mas que existe a necessidade constante do profissional, seja de que classe for, se manter atualizado sobre as novidades e mudanças ocorridas no mercado de trabalho.
Não muito distante, tínhamos uma escola coercitiva, que feria os princípios éticos e morais, que agredia fisicamente e moralmente os alunos através de castigos, puxões de orelhas, orelhas de burro, xingamentos, dentre várias outras ações agressoras.
As práticas pedagógicas eram voltadas para o ato de decorar os conteúdos, além de utilizar recursos cansativos, como as cópias e os cadernos de caligrafia.
Com novas pesquisas na área da psicologia da educação, o aspecto lúdico foi apontado como um dos mais importantes para a aprendizagem, ligando-a ao prazer do aluno em aprender.
Temos também uma gama maior de cursos de especialização, de congressos e outros onde são discutidas as práticas educativas das últimas décadas, levando maior capacitação aos professores.
As escolas, como entidades de formação, também adotaram as reuniões de formação contínua, proporcionando encontros que enriquecem o saber do profissional, melhorando as relações afetivas e de trabalho dentro da instituição, entre professor, aluno e toda comunidade escolar.
A preocupação em integrar família e escola também aumentou, pois se acredita que o envolvimento dos responsáveis no processo educativo auxilia a amenizar as dificuldades encontradas, além de dar maior segurança para a instituição e alunos.
Dentre as maiores intenções educativas da atualidade temos a formação humana voltada para os aspectos sociais, de cidadania, da moral, além da apreciação da vida, dos elementos da natureza e da formação do intelecto.
Com esses elementos agindo de forma integrada, atingiremos a constituição e a formação do ser integral, tendo sua inteligência voltada para o bem comum. E a escola cumpre com o seu papel de formadora, de promotora da integridade social.


Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola